Segunda parte personalizada não chegou para remediar danos da primeira

O Estoril Praia recebeu, em casa emprestada, no Estádio do Restelo, o SL Benfica, em jogo a contar para a Liga Revelação, tendo sido derrotado por 1-3, num jogo com duas partes distintas.
Na antevisão ao encontro, o treinador dos sub-23, Vítor Couto, falou sobre a importância do desenvolvimento dos jovens jogadores e colocou em prática essa premissa ao lançar Jordan Arnolin, com idade de juvenil e Yanis Boisseau, com idade de junior, no onze titular.
Numa ótima tarde de primavera e perante um belo cenário, o jogo começou com uma grande oportunidade para os canarinhos com Silva-Richards a bater um livre, de forma exímia, com o esférico a esbarrar no poste esquerdo de Alexander Sandahl.
O aviso foi tomado de forma séria pelo Benfica e apesar do equilíbrio inicial, aos 15 minutos, Rodrigo Rêgo aproveitou um erro da defensiva e, dentro da grande área, apenas teve de encostar para o fundo das redes e desiquilibrar a balança.
A partir deste momento, o Estoril Praia eclipsou-se e só deu vermelho e branco. Na segunda oportunidade de que dispôs, as águias aumentaram a vantagem, novamente por Rêgo, oportunista dentro da grande área, sendo que, na jogada anterior, Zeljko Vitorovic já havia feito uma grande defesa quando o extremo do Benfica apareceu isolado após abertura de Paul Okon.
Confortável no jogo e com o resultado, os visitantes foram colecionando oportunidades. Aos 34’, Kyanno Silva ultrapassou Jordan em jogada individual, apesar da excelente prestação do jovem, note-se, e rematou por cima.
Até ao intervalo, houve tempo para mais três ocasiões de golo para os encarnados. Aos 40’, André Gomes cobrou um canto para a pequena área onde apareceu Ndembi a cabecear ligeiramente por cima. Dois minutos depois, Vladimir Mendes rematou, de fora da área, com muita potência, obrigou Vitorovic a uma bela defesa, a bola sobrou para Kyanno Silva que, com pouco ângulo, ainda acertou no poste e, na ressaca, Rodrigo Rêgo só não fez o hat-trick porque Tiago Brito cortou o lance quando o esférico se encaminhava para a baliza. Em cima dos 45’, o guardião sérvio ainda teve tempo para realizar mais uma bela estirada a desviar o remate de Tiago Freitas para canto.
Partes distintas com emoção até final
Era um resultado que se ajustava ao intervalo, mas o segundo tempo trouxe um jogo completamente diferente ao relvado seco do Estádio do Restelo.
Manga Foe-Ondoa deu o mote com um remate forte, logo no início da segunda metade e os comandados de Vítor Couto partiram em busca do empate com uma atitude renovada.
Já depois do gigante (2,06cm) Sandahl ter realizado uma grande defesa aos 55, foram precisos mais cinco minutos para acontecer aquilo que se sentia no ar, o golo do Estoril Praia, apesar dos constantes avisos do treinador benfiquista, Vítor Vinha, para “não facilitar”. Tiago Brito, sempre muito ativo no centro do terreno, ganhou nas alturas por duas vezes, combinou com Silva-Richards e rematou para o fundo das redes, com a bola a sofrer um desvio no central e a entrar no ângulo.
Léo Santos, cada vez mais integrado, ainda forçou Sandahl a uma bela defesa, aos 68’, com um grande remate de fora da área, mas as substituições foram quebrando o ritmo de jogo.
Assim sendo, só no término da partida é que voltou a haver emoção. Aos 87’, Jelani Trevisan quase marcava, porém Grima estava no encalce e cortou em cima da linha de golo.
Gonçalo Monteiro acabado de entrar, obrigou Sandahl a mais uma grande intervenção, após remate de fora da área, aos 90’, mas Kyanno Silva e Jelani Trevisan colocaram um ponto final nas aspirações estorilistas, três minutos depois, quando o extremo apareceu sozinho, num contra-ataque rapidíssimo, onde teve tempo e espaço para contornar Vitorovic e ainda oferecer o golo a Jelani.
Fica a atitude da segunda parte como bom auguro para a Taça Revelação que inicia dentro de poucas semanas.
O próximo jogo dos jovens canarinhos será no dia 2 de abril, pelas 15 horas, no Estádio António Coimbra da Mota, com o FC Vizela.