O treinador do Estoril Praia, Ian Cathro, fez, hoje, a antevisão à partida de amanhã, com o FC Porto, no Estádio do Dragão.

Questionado sobre qual a palavra que irá transmitir aos seus atletas antes de subir a campo, no Dragão, para defender as cores do Estoril Praia, o técnico relatou que estes são encontros que são diferentes por várias nuances: “Estes jogos acabam por ser sempre um pouco diferentes pela dificuldade, visibilidade e também vou percebendo, cada vez mais, a cultura futebolística aqui em Portugal. Na época antes de chegar, sei que o Estoril venceu duas vezes o FC Porto para a liga e também sei que, na temporada passada, não ganhámos pontos contra os grandes. O que nós queremos para fazer um trabalho mais estável é tentar, primeiro ajudar os jogadores e a equipa, mas também sinto responsabilidade para ajudar o clube. Numa época em que o Estoril ganha seis pontos contra o Porto, por exemplo, não pode acabar com 33 pontos e estar a sofrer até ao fim. Normalmente não tens estes pontos e se tiras seis de 33, estás com muita dificuldade. Não queremos essa dificuldade, queremos fazer algo mais estável. Tem de haver um equilíbrio nas coisas. Queremos crescer, dia após dia, e continuar. Quero que essa seja a nossa história, num período de tempo em que o clube mostra uma imagem diferente em que jogámos sem medo, sempre ajustando para melhorar, a mostrar uma competência mais estável, uma ambição um pouco mais alta, uma mentalidade um pouco mais forte para não oscilar tanto. Vencer dois jogos contra o Porto é um momento histórico, mas para mim, como treinador, como alguém que sente essa responsabilidade, se me disserem que posso ganhar dois jogos contra grandes, mas acabo a época com 33 pontos, preferia perder os jogos todos e acabar com 46 pontos. Tirando isso, queremos ir lá ganhar.”

Este é o jogo mais difícil da época? Foi a pergunta seguinte. “Talvez”, respondeu. “Se olharmos para esta equipa do Porto, acho que encontraram algo que é muito importante num clube de futebol: juntar o treinador certo com a ideia certa e que o clube vá à procura dos jogadores certos. Quando isto se junta, ficas com algo interessante. Neste momento, o Porto está a trabalhar nessas condições e sei que é muito bom quando isso acontece. Quando juntas as peças certas e há um trabalho bem feito, em conjunto, estamos a ver uma equipa interessante”, disse.

Numa antevisão às dificuldades que o FC Porto poderá colocar à formação canarinha, Ian Cathro alertou para a máxima intensidade que os canarinhos irão encontrar no início da partida: “Acho que vamos encontrar uma equipa do Porto com a máxima intensidade no início do jogo. Também sei que estes jogos são diferentes porque normalmente, se trabalhamos durante a semana e preparamos, sentimos que se fizermos o nosso jogo, ao nosso melhor nível, temos boas hipóteses de ganhar. Contra esta equipa, sinto que vamos precisar de algo mais, vamos ter de superar o nosso nível, ter de ser capazes de mostrar algo melhor e subir o nível se quisermos competir com esta equipa. Vamos à procura deste algo mais para este jogo.”

Quando questionado sobre as queixas do FC Porto relativamente ao calendário, o mister foi bastante claro: “Imagina se o Porto tivesse de jogar naquele relvado em Tondela... Nós também temos queixas.”

Relativamente à introdução de treinadores estrangeiros na Liga Portugal Betclic, Ian Cathro realça que é necessário um equilíbrio importante: “Porque é que tinha tanto interesse em vir e depois estar aqui? A qualidade do jogo que vem da qualidade de formação do jogador, o talento que existe no jogador português, a cultura à volta disso... As conversas que tive com jogadores portugueses no Wolverhapton, por exemplo, são conversas de pessoas que pensam um pouco mais sobre futebol, sentem mais o jogo, que não acabam o treino e desligam completamente, é malta que realmente gosta do jogo. Estes níveis, qualidade e cultura aparece porque existem bons treinadores também, na parte da formação, e da qualidade do treinador português que é altíssima. Pode ser bom receber malta de fora porque pode ajudar a trazer outras coisas. Se houver mais tempo útil, mais pessoas terão interesse em ver o jogo... Se depois de 20 minutos, o guarda-redes não puder ir ao chão, o jogo pode ficar mais interessante e trazer ideias diferentes que é considero saudável. Estou aqui pela qualidade do futebol português que vem, principalmente, de pessoas portuguesas e têm que garantir que esse equilíbrio existe.”

Será este o jogo ideal para esquecer a eliminação da Taça de Portugal? O técnico diz, honestamente, que “sim”, mas que já faz parte do passado: “Já foi. Já não podemos competir na Taça e já não podemos ganhar esta prova. Ficámos tristes pela saída de uma competição que acreditávamos poder fazer algo mais, mas não tem impacto.”

O jogo com o FC Porto está marcado para amanhã, pelas 20:30 horas, no Estádio do Dragão, a contar para a Liga Portugal Betclic.

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