O treinador do Estoril Praia, Ian Cathro, fez hoje a antevisão ao encontro com o AFS para a Liga Portugal Betclic, na sala de imprensa do Estádio António Coimbra da Mota.

A ambição em crescer enquanto clube foi o tema central da conversa com os jornalistas que se deslocaram a Amoreira, com Ian Cathro a referir a necessidade de haver uma maior exigência.

“Não quero viver num mundo quando nós ganhamos um jogo com o Rio Ave, chegamos aos 34 pontos e há fogo de artifício. Isso, para mim, não vale de nada. Temos que acabar com isto. Temos que trabalhar todos os dias com uma exigência muito maior”, sublinhou.

Será possível o relaxamento ter entrado na cabeça dos jogadores, tendo em conta os quatro jogos sem vencer? A resposta foi clara por parte do técnico canarinho, escalpelizando os jogos, um por um: “Seria fácil para algumas pessoas fazerem essa análise, mas acho que não é assim. Há sempre duas maneiras de olhar para as coisas. Uma mais simples que é contar os jogos e olhar para os resultados. Outra é olhar para os jogos. Temos um jogo com o Sporting, em Alvalade, em que demonstrámos uma boa postura, fizemos coisas boas e também cometemos erros que dificultaram a nossa capacidade para ter um bom resultado. Depois, o jogo com o Farense em que fizemos um grande jogo durante 65 minutos e aconteceu o que aconteceu. Acredito que aprendemos uma lição muito importante naquele jogo. Falando do Arouca, gostei imenso do trabalho da equipa. Se jogássemos essa partida dez vezes, ganharíamos sete ou oito. O último jogo [com o FC Porto] foi mais complicado. Na primeira parte, não conseguimos impor o nosso jogo e foi importante para assentarmos, vermos e conseguirmos melhorar esse ponto de vista. Não estou a apontar o dedo aos jogadores ou ao grupo, nesse sentido. Não é o caso. O que quero dizer é que não podemos viver num mundo em que podemos entrar num jogo mais tranquilos por causa disto ou daquilo. Não queremos isso. Queremos muito mais e é preciso que toda a gente dentro do clube entenda isso e que vão connosco. Respeito muito a importância e a história dos últimos anos, por exemplo, os 34 pontos. Eu entendo, mas não pode ser assim. A próxima vez que haja fogo de artíficio é porque estamos a procurar os passaportes para entrar nas pré-eliminatórias europeias. Isso sim, mereceria o fogo de artíficio. Mas ainda não estamos aí, ainda não conseguimos nada e temos muito trabalho para fazer.”

Ainda na senda da ambição, Ian Cathro recordou o encontro com os dragões para indicar a vontade do Estoril Praia em crescer: “Podemos olhar para o último jogo quando falamos na busca pela perfeição ou na tentativa de sermos melhores. Por exemplo, normalmente, um Estoril empatado com o FC Porto, não faria algo para tentar jogar melhor. Nós queremos jogar melhor, tentar estar por cima do jogo, queremos ser melhores, ser dominantes e isto é tudo o primeiro passo e tudo isso não é futebol, é cabeça, é mentalidade. Por isso é que todos os dias temos que trabalhar nisto e cada dia é uma luta, por estarmos a lutar contra as normas. Para conseguirmos chegar a um ponto com o clube, com a equipa preparada para atingir coisas diferentes, temos que ganhar essa luta todos os dias. Acredito que vai ser uma grande luta amanhã e nós temos de ganhar essa luta.”

Quanto ao adversário de amanhã, o treinador relembra que apesar das mudanças de treinador, o AFS “tem uma equipa com muitas opções ofensivas, com bons jogadores” e há que estar “preparado para tudo”.

“Pode haver, aqui ou ali, uma mudança, uma postura diferente, pode ser mais ofensivo ou mais defensivo, não sabemos. Quando o jogo começar é que vamos perceber quais serão essas dinâmicas, mas esta é uma equipa bem capaz de causar perigo e temos que fazer um jogo super completo para podermos continuar a crescer”, finalizou.

O encontro com o AFS jogar-se-á amanhã, na Vila das Aves, pelas 20.15H.