O treinador do Estoril Praia, Ian Cathro, fez, hoje, a antevisão ao encontro com o Rio Ave, na sala de imprensa do Estádio António Coimbra da Mota.

“Nos últimos 14 meses iniciámos um caminho, um projeto, uma ideia, um futebol, uma mentalidade, uma liderança e uma energia em campo que acho que foi um pouco diferente do que o normal do Estoril. Não sempre, sei que houve boas equipas na história do clube, mas acho que mostrámos uma mentalidade diferente e um futebol, pelo menos, interessante. Todo esse processo criou expetativas mais altas. Estamos confortáveis, sabendo que, no futebol, vivemos de resultados, mas, também, que há grupos que precisam de bons resultados para ter a confiança suficiente para fazer o futebol que querem fazer e há outros grupos que não precisam disto e conseguem sentir e ter essa confiança, mesmo sem ter os resultados, pela quantidade e qualidade do trabalho que fazem diariamente e pela mentalidade que estamos a construir. Aí temos a grande vantagem de jogar sem medo e cheios de confiança. O nosso futebol e a nossa mentalidade vai estar muito visível em Vila do Conde, amanhã, às 18 horas”, começou por avançar em resposta à primeira pergunta da conferência de imprensa.

Quando questionado sobre se existe obrigatoriedade de ganhar, Ian Cathro lembrou que vencer é sempre o objetivo: “Temos de entrar para ganhar o primeiro minuto do jogo. Obviamente, o nosso objetivo é ganhar, como é em todos os jogos, mas também tenho quase a certeza que amanhã o Sol vai embora no final do dia e, até agora, em muitos anos, o Sol também se levantou no dia seguinte. Temos de ser capazes de andar assim. Mesmo só conseguindo os resultados de um Estoril normal, vamos entrar para este jogo com uma energia e uma confiança fora do normal para uma equipa do Estoril que, historicamente, anda nessas posições da tabela com poucos pontos. Não haverá ligação entre essas duas imagens.”

Relativamente ao Rio Ave, o técnico diz que o Estoril Praia vai encontrar “uma equipa que também está em crescimento”: “Desde a pré-época, em que vi alguns jogos, até aqui, vão percebendo, cada vez melhor, as dinâmicas. Vejo a equipa a ganhar solidez defensiva, cada vez mais ordem, tem uma saída de bola interessante, boa química entre jogadores determinantes na produção ofensiva e, por isso, vamos ter um adversário que vai criar problemas e que entrará com o seu plano de jogo e o seu objetivo. O mais importante é a nossa capacidade para entrar com esse feeling que já expliquei e com o qual queremos jogar.”

Vila do Conde foi o primeiro local em que Ian Cathro trabalhou numa equipa técnica em Portugal, pelo que, dada a oportunidade, deixou uma palavra a quem esteve presente na altura: “A visita ao Rio Ave faz-me lembrar vários momentos. Estes dois anos [em que esteve na equipa técnica dos vilacondenses] foram um momento importante na história do clube porque permitiu um crescimento do mesmo com o acesso à Liga Europa, depois da chegada às duas finais. Não me faz pensar muito em futebol, faz-me pensar mais na parte da vida e em chegar lá sem dizer uma palavra de português, sem saber para onde vou, onde vou dormir... Tudo o que aconteceu, essas amizades e relações são super importantes na minha vida atual. Valorizo muito mais esse lado do que qualquer coisa que fizemos em campo. Obviamente que aprendi muita coisa, mas a minha vida mudou completamente com a oportunidade de chegar a Portugal e trabalhar com as pessoas com quem trabalhei. Todas essas pessoas sabem que só consigo dizer bem deles. Foram dois anos muito importantes, tal como foram as épocas no Valência, Newcastle, Wolverhampton, Tottenham... Nós somos o produto da nossa experiência. Estou bem posicionado para o futuro pelo facto de ter essa experiência e senti esse apoio e ajuda de muita e boa gente.”

A terminar, lembrou que o grupo tem uma mentalidade forte pela confiança no trabalho que faz diariamente: “Fizemos uma boa semana de trabalho. É mais fácil trabalhar sobre as vitórias. Percebo o sentimento, mas talvez saber trabalhar sobre derrotas seja o mais importante para uma equipa, treinador, equipa técnica e para o clube. Também sei que empatámos o último jogo, mas qualquer pessoa que olhe para a nossa forma de pensar e que tem alguma noção da nossa mentalidade, percebe que ou ganhamos ou perdemos. Sinto que perdemos [com o Nacional]. Este grupo tem uma capacidade enorme de trabalhar e jogar com uma confiança que não está baseado no resultado, está baseado no trabalho que fazemos todos os dias.”

O jogo com os rioavistas está marcado para as 18 horas, amanhã, 1 de novembro, no Estádio dos Arcos.

Podes ver a conferência de imprensa aqui.