O Estoril Praia deslocou-se à Vila das Aves para defrontar o AFS e conseguiu sair do Minho com uma vitória categórica, por 0-3, em jogo a contar para a 28ª jornada da Liga Portugal Betclic.

Ian Cathro recusou a palavra relaxamento e incutiu essa mentalidade nos jogadores que olharam para esta partida como mais uma oportunidade para crescer e melhorar. André Laxcimicant foi a arma secreta lançada no onze titular deste jogo, por troca com Rafik que apresenta um futebol mais técnico e a alteração resultou na perfeição, mas já lá vamos...

A equipa canarinha apresentou-se personalizada desde o início e, aos sete minutos, por intermédio do central togolês, Boma, ameaçou com um cabeceamento como mandam as regras, de cima para baixo, na resposta a um canto batido por Jordan Holsgrove, bem defendido por Bertelli.

O Estoril Praia começava a impor-se e a dominar as incidências através da capacidade de liderança de Xeka, subtileza de Holsgrove e classe de João Carvalho, no meio campo.

Aos 13’, surgiu mais uma oportunidade, desta feita para Wagner Pina que rematou, de primeira, ao lado, quando foi bem assistido por Yanis Begraoui, sempre muito ativo.

Notava-se muita tranquilidade, crença, confiança e química entre os jogadores canarinhos, mas faltava o golo para coroar uma excelente entrada em campo. E assim foi, aos 20’, André Laxcimicant, em constante batalha entre os centrais, acreditou numa bola enviada por alto por João Carvalho, Bertelli e Nacho atrapalharam-se e o ponta de lança teve faro para aproveitar o erro e enviar o esférico para o fundo das redes de uma baliza deserta.

Dois minutos passaram e numa jogada de antologia que percorreu vários jogadores que ostentam o triângulo ao peito, Xeka descobriu Wagner Pina pela direita, o lateral subiu sem oposição, centrou atrasado e rasteiro para Yanis que rematou à meia volta, com força, e acertou nas malhas laterais.

O Estoril Praia explanava toda a sua qualidade e, mesmo apesar de uma ligeira subida de ritmo do AFS na busca pelo empate, era notória a capacidade da equipa da linha em controlar as incidências da partida.

Ao som dos adeptos estorilistas que haviam acabado de chegar ao estádio, à passagem da meia hora de jogo, João Carvalho e Pedro Amaral desenharam mais uma belíssima jogada que terminou com um cabeceamento na direção da baliza de André, mas Bertelli estava atento e posicionou-se bem para a defesa.

Ainda assim, já não foi capaz de deter o que viria a suceder três minutos volvidos. Begraoui foi lançado na profundidade por Xeka, sem oposição, ofereceu, de bandeja, o segundo a André e o avançado não perdoou e colocou a bola novamente no fundo da baliza.

O Estoril estava, agora, como peixe na água e foi continuando a demonstrar grande qualidade com e sem posse de bola, não dando azo a quaisquer veleidades, dificultando ao máximo a missão de um AFS faminto de pontos.

Até ao intervalo, nota apenas para um livre direto de Nenê que saiu por cima do guardião, Kevin Chamorro, na única ocasião para os visitados, na primeira parte.

André fez o xeque-mate no início da segunda metade

A tempestade Núria apareceu ao intervalo e foi com um autêntico dilúvio que se reiniciou a segunda parte. Não obstante, a emoção continuou presente, pelo menos nos primeiros cinco minutos. Xeka e João Carvalho dominavam o meio campo e, logo após o apito do árbitro, desenharam mais uma belíssima jogada que só não deu em golo porque a defensiva avense cortou o remate de André.

John Mercado também deixou a sua marca no jogo e criou calafrios aos visitantes na jogada seguinte com um remate que não saiu muito longe da baliza de Chamorro.

Porém e para acalmar os ânimos, André, o gigante, a fazer relembrar o conhecido lutador de wrestling, levou tudo à frente e, assistido na perfeição por Wagner Pina, atirou em jeito para o fundo da baliza, assinando um hat-trick, o seu primeiro como sénior, e terminando com as aspirações caseiras.

O terceiro tento teve muita influência anímica em ambas as equipas e o jogo entrou numa toada mais quezilenta, num ritmo mais lento e sem que a bola chegasse às áreas.

De um hiato de cerca de 20 minutos, regressou o futebol vivo aos 70’. Primeiro foi Marqués com um cabeceamento ao ângulo que Bertelli negou e depois Zanocelo, já em campo após ter substituído o goleador da noite, que tentou a sua sorte aos 76’, com um remate, de fora da área, após passe de Pedro Amaral, também defendido pelo guarda-redes brasileiro.

Estes dois lances despoletaram uma reação avense, tímida até à passagem dos 78 minutos. John Mercado deu o mote com um grande remate para uma ótima defesa de Chamorro e, logo a seguir, Rafa Rodrigues também desferiu um ótimo remate forte, de fora da área, para defesa atenta do costa-riquenho.

O AFS acreditava que poderia fazer mossa no submarino amarelo e Tunde, aos 80’, por pouco não conseguiu com uma tentativa à meia volta que passou a rasar o poste direito. Mais perto esteve, ainda, Zé Luís, num cabeceamento após canto que acertou, em cheio, no poste direito, aos 84’.

O submarino ligou os alarmes e com elevada nota artística, Pedro Amaral com uma belíssima abertura da esquerda para a direita, encontrou Rafik Guitane que ofereceu o golo a Zanocelo que acabou por atirar para o lado.

Aos 88’, mais uma jogada de antologia, ao primeiro toque entre Marqués, de calcanhar, Rafik, Pina que centrou atrasado para o remate de Jandro e defesa pouco ortodoxa de Bertelli. Mesmo debaixo de chuva intensa, o Estoril Praia exibia-se de forma irrepreensível e brindava os adeptos que se deslocaram à Vila das Aves a uma sexta-feira com uma vitória incontestável.

Os canarinhos chegam, assim, aos 39 pontos, estando, à condição, na oitava posição da tabela, em igualdade pontual com o Casa Pia.

O próximo jogo do Estoril Praia é em Famalicão, no sábado, 12 de abril, pelas 15H30.

Podes ver o resumo do jogo aqui.