Reação forte vale um ponto em Vila do Conde

O Estoril Praia deslocou-se ao terreno do Rio Ave, o Estádio dos Arcos, e trouxe um ponto para a Amoreira, num jogo com muita emoção que terminou com uma igualdade a dois, a contar para a sexta jornada da Liga Betclic.

Numa partida marcada pela homenagem aos bombeiros e por ser realizada no Dia Mundial da Paz, facto assinalado por ambas as equipas, foi a turma caseira quem começou a criar perigo mais cedo, apesar da boa entrada canarinha.

E, nos primeiros momentos, foram vários os lances rioavistas que deram calafrios e que, inclusivamente, originaram o primeiro golo do jogo. Mas vamos por partes, a primeira jogada de perigo surgiu à passagem dos sete minutos com Clayton, em boa posição após passe de Tiago Morais, já dentro da área pela esquerda a rematar para fora.

Aos 9’, Omar Richards, fulminante pela esquerda, ultrapassou com mestria Wagner Pina, soltou para Kiko Bondoso que flectiu para o centro e colocou a bola dentro da baliza do guarda-redes espanhol, Joel Robles. Estava feito o primeiro da tarde.

Omar Richards era o homem em destaque, desiquilibrou novamente pela esquerda, picou para Tiago Morais que ficou isolado, mas permitiu uma defesa segura de Robles.

A partir daqui, o Rio Ave abrandou e o Estoril Praia conseguiu acalmar e colocar em prática o seu jogo, apesar de não criar oportunidades de golo.

A segunda contrariedade surgiu quando Xeka saiu lesionado à passagem dos 23 minutos, ainda assim, os comandados de Ian Cathro demonstraram maior atrevimento no último quarto de hora da primeira parte com nota para o livre rasteiro de Vinícius Zanocelo que obrigou Jhonatan a uma defesa apertada.

O intervalo chegou sem jogadas de maior relevo e a toada manteve-se até ao apito de José Bessa.

Importante adaptação aos vários momentos do jogo vale um ponto

Foi uma segunda parte cheia de incidências aquela que teve lugar nesta tarde de sol em Vila do Conde. Qualquer equipa podia ter saído com a vitória, nenhuma merecia perder e apesar do primeiro lance de perigo dos suspeitos do costume da formação caseira (Richards e Clayton), foi o Estoril quem pegou na partida nos momentos iniciais.

Logo aos 47’, os canarinhos mostraram ao que vinham. Fabricio e Pedro Amaral combinaram na esquerda, o português centrou, Jhonatan largou para a frente, Yanis foi mais lesto a atacar a bola, rematou forte para o corte em cima da linha de Aderllan e, na recarga, André atirou por cima. Oportunidade flagrante desperdiçada.

Contudo, os visitantes não desistiram e, aos 51’, Michel, do lado direito do ataque, centrou para o segundo poste onde apareceu Fabricio que, com uma grande receção orientada, disparou ao poste. Segunda grande oportunidade não concretizada num curto espaço de tempo.

A velha máxima “quem não marca, sofre”, aplicou-se e foi mesmo isso que sucedeu aos 59 minutos. Clayton colocou a cabeça num remate de fora da área sem oposição de Vrousai e o desvio foi fulcral para enganar o guardião estorilista. Estava feito o segundo para o Rio Ave.

Quando tudo indicava que o Estoril Praia poderia deitar a toalha ao chão, o que aconteceu foi exatamente o oposto. Os pupilos do treinador escocês foram atrás do prejuízo e, aos 63’, foi Pedro Amaral quem conseguiu isolar Alejandro Marqués, acabado de entrar em campo, que recebeu de forma excecional o esférico e rematou para uma grande defesa de Jhonatan.

Foi o aviso para o que aí vinha e, no minuto seguinte, Pedro Álvaro, envolto no ataque, insistiu de primeira e Marqués, à ponta de lança, desviou para o primeiro tento da turma da linha.

Embalados pela motivação adicional que resultou do golo e após entrada de Jordan Holsgrove, oito meses depois, foi o próprio escocês quem fez um passe de classe mundial, por alto, para o lateral direito Wagner Pina que rematou colocadíssimo, sem hipóteses para o guarda-redes rioavista. Num curto período de tempo, estava feito o empate e o resultado final da partida, não sem antes haver vários lances de registo.

Aos 71’, foi Jandro Orellana que rematou de fora da área para fora, mas, no último quarto de hora, só deu Rio Ave, apesar dos contra-ataques estorilistas.

Primeiro com um tiro de longe de Tiago Morais e, posteriormente, foram várias as oportunidades de golo salvas por Joel Robles, novamente uma das figuras da tarde, e desperdiçadas pela formação caseira.

À passagem do minuto 84’ foi Pantalon que, na sequência de um canto, cabeceia para uma defesa enorme do espanhol. No seguimento da jogada, o capitão Aderllan, cabeceou para fora com a bola a passar muito perto do poste esquerdo.

Impulsionados pelo público vilacondense, o Rio Ave atacou e num cruzamento oriundo do lado direito, Clayton desferiu um cabeceamento fortíssimo para a defesa da tarde de Robles.

Momentos depois, novamente de canto, foi Hassan, na pequena área, quem atirou ao lado, também de cabeça, e aos 91’, o egípcio repetiu a dose, desta feita para defesa segura do espanhol.

À passagem dos 97 minutos, José Bessa apitou para o fim do encontro e o Estoril Praia garantiu, assim, um precioso ponto fora de casa num terreno tradicionalmente complicado.

O jogo seguinte dos canarinhos será no Estádio António Coimbra da Mota, frente ao Sporting CP, na próxima sexta-feira.